Musica
Feijoada
completa
Mulher,
você vai gostar,
Tô levando uns amigos para conversar,
Eles vão com uma fome que nem me contém,
Eles vão com uma sede de anteontem
Saca a cerveja estupidamente gelada para um batalhão,
E vamos botar água no feijão.
Tô levando uns amigos para conversar,
Eles vão com uma fome que nem me contém,
Eles vão com uma sede de anteontem
Saca a cerveja estupidamente gelada para um batalhão,
E vamos botar água no feijão.
Mulher,
não vá se afobar,
Não tem que por a mesa, nem dar lugar
Põe os pratos no chão, e o chão tá posto,
E prepare as linguiças pro tira-gosto
Uca, açúcar, a cambuca de gelo e limão,
E vamos botar água no feijão
Mulher, você vai fritar (ah vai) um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja Bahia ou da seleta,
Joga o paio, Carne seca, tocinho no caldeirão,
E vamos botar água no feijão.
Mulher, depois de salgar, presta bem atenção
Passa um bom refogado que é pra engrossar
Aproveita a gordura da frigideira,
É melhor temperar a couve mineira,
E diz que ta dura, pendura, fatura no nosso irmão,
E vamos botar água no feijão.
Mulher, você vai fritar um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja Bahia ou da seleta,
Joga o paio, Carne seca, tocinho no calderão,
E vamos botar água no feijão
Mulher, depois de salgar (Não vai salgar muito)
Passa um bom refogado que é pra engrossar
Aproveita a gordura da frigideira,
É melhor temperar a couve mineira,
E diz que ta dura, pendura, fatura no nosso irmão,
E vamos botar água no feijão.
Não esquece o alho, bastante alho
Pra dar aquele né
Não bota pimenta do reino não
E não esquece a cerveja bem geladinha que é pra descer bonito
Ô amigo, traz uma aí pra gente xará
Pode deixar que eu trago
Fica tranquilo que eu não vou deixar a banana comer o macaco
Não tem que por a mesa, nem dar lugar
Põe os pratos no chão, e o chão tá posto,
E prepare as linguiças pro tira-gosto
Uca, açúcar, a cambuca de gelo e limão,
E vamos botar água no feijão
Mulher, você vai fritar (ah vai) um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja Bahia ou da seleta,
Joga o paio, Carne seca, tocinho no caldeirão,
E vamos botar água no feijão.
Mulher, depois de salgar, presta bem atenção
Passa um bom refogado que é pra engrossar
Aproveita a gordura da frigideira,
É melhor temperar a couve mineira,
E diz que ta dura, pendura, fatura no nosso irmão,
E vamos botar água no feijão.
Mulher, você vai fritar um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja Bahia ou da seleta,
Joga o paio, Carne seca, tocinho no calderão,
E vamos botar água no feijão
Mulher, depois de salgar (Não vai salgar muito)
Passa um bom refogado que é pra engrossar
Aproveita a gordura da frigideira,
É melhor temperar a couve mineira,
E diz que ta dura, pendura, fatura no nosso irmão,
E vamos botar água no feijão.
Não esquece o alho, bastante alho
Pra dar aquele né
Não bota pimenta do reino não
E não esquece a cerveja bem geladinha que é pra descer bonito
Ô amigo, traz uma aí pra gente xará
Pode deixar que eu trago
Fica tranquilo que eu não vou deixar a banana comer o macaco
1ª etapa:
breve exposição sobre os principais fatos políticos relacionados à última
Ditadura Militar, concentrando-se no retorno dos exilados políticos.
(Professor de História)
2ª etapa:
sessão de imagens. Apresentada pelo professor de Língua
Portuguesa/Literatura.
Veja
sugestões de imagens, a seguir.
Imagem
1, encontra-se no site
O
cartaz acima trata da campanha em prol da anistia aos exilados e presos
políticos. Em letras menores, lê-se:
Pela
Liberdade Imediata dos Presos Políticos.
Pela
Volta de Todos os Exilados.
Pelo
Esclarecimento sobre os Mortos e Desaparecidos.
Imagem
2: a imagem encontra-se em
Passeata
pelo fim da Ditadura e pela anistia aos exilados políticos
Professor:
acessando o endereço abaixo, você encontrará um texto sobre a Lei da
anistia, que poderá lhe ser útil como fonte de informação.
Leonel
Brizola, considerado um dos maiores inimigos do governo, acena para a multidão.
Leia
informações sobre o retorno de Brizola emhttp://www.pdt.org.br/index.php/pdt/lideres/verdades-e-mentiras-sobre-o-subdesenvolvimento/retorno-do-exilio
3ª etapa:
discussão sobre o assunto (Ditadura) e sobre o tema (A volta dos exilados).
Nesse
momento, os alunos poderão receber um texto (sugere-se um fichamento) com os
tópicos apresentados, para, em seguida, apresentarem suas dúvidas e
comentários.
4ª etapa: escuta da música “Feijoada
completa”, de Chico Buarque, que você pode encontrar no site
Após
a escuta, deixe a letra projetada na tela e elabore a atividade abaixo, por
escrito.
Atividade 1
a)
A conversa mantida pelo marido com a esposa se dá em presença? Comprove
sua resposta.
b)
Quais são as instruções passadas pelo marido à mulher quanto ao arranjo da
festa e ao preparo da feijoada?
c)
Considerando o contexto político e a finalidade para a qual a música foi
encomendada, explique os versos
·
“eles vão com uma fome que nem me contem
·
eles vão com uma sede de anteontem”
Aulas 3 e 4
Professor:
inicie a aula projetando as imagens abaixo. Solicite aos alunos que identifiquem
quem é a pessoa caricaturada. Peça também que levantem algumas informações
sobre Verissimo, a partir dos índices apresentados. Chame a atenção deles para
a leveza nos traços e relacione esse aspecto com a leveza que o autor imprime
aos seus textos, característica estilística que ele mantém, mesmo quando aborda
questões conflituosas.
Estratégias de leitura
1)
Observe que a narrativa foi escrita em 14 pequenas cenas, separadas por um
espaço duplo. Elas serão lidas por você e mais 6 alunos-colaboradores.
Selecione antecipadamente esses alunos para que façam uma leitura preliminar em
casa. Eles deverão também preparar uma questão para a discussão que será
empreendida no final da leitura, tendo em vista a compreensão da história.
2)
Comece, você, professor, fazendo uma leitura interativa e bem expressiva da
primeira cena, carregada pela tensão vivida pela personagem Carol.
3)
Vá alternando a leitura das demais cenas entre os alunos até a penúltima.
4)
Finalize, lendo a última cena.
Observações
1)
Cada leitor lerá duas cenas.
2)
Jeanne Moreau (pronuncia-se Jane Morrô) é uma famosa atriz
francesa. Pauvre type pronuncia-se “pôvre tipe”.
Terminada
a leitura, promova uma interação com os alunos sobre a história. Solicite que
seus colaboradores iniciem uma discussão, colocando em pauta as questões que
planejaram em casa.
Sistematize
a discussão, aplicando oralmente a atividade abaixo.
Atividade 2
a)
Qual é o tema dessa história?
b)
O título está adequado? Qual é a importância da feijoada no desenrolar da
trama?
c)
Quem são os personagens? Qual deles vivencia o conflito amoroso?
d)
Em algum momento Pedro se sente um estorvo na vida de Carol?
e)
Que função desempenha a personagem Milene? O que ela pensa a respeito de Pedro?
f)
Qual é o foco narrativo?
g)
Um conto caracteriza-se por apresentar vários clímax. Dê exemplos para essa
afirmativa.
h)
Carol é uma mulher bem casada?
Terminada
a sistematização oral, distribua a atividade abaixo sobre a linguagem do texto,
para ser feita por escrito, em dupla.
Atividade 3
1)
No texto de Verissimo, narrador e personagens usam apenas o registro coloquial,
com fortes marcas da oralidade. Assim, apresente exemplos e dê justificativas
para o uso de:
Frases
curtas
Formas
de tratamento
Uso
de palavrões
Gírias
Inobservância
da regência verbal
2) Uma característica do português
do Brasil é o uso de pronomes oblíquos iniciando orações. Essa peculiaridade
tão típica da oralidade pode ser observada em:
a)
“-Eu me atrasei um pouco, Pedro. Foi o que deu pra fazer.”
b)
“-Me empresta um dinheiro pra comprar cerveja?”
c)
“-Você enlouqueceu, mulher!”
3)
Leia o fragmento abaixo e explique a preferência pelo uso do
pronome ele na função de objeto direto.
“Olhando
ele tomar café, xícara numa mão e pão na outra, de pé, pronto para sair
correndo para o seu amado futebol, ela pensa: é um pobre tipo.” (Cena 3)
Aulas 5 e 6
Professor: essas aulas estão
destinadas à elaboração da atividade abaixo. Você poderá aplicá-la
individualmente ou em dupla. Por escrito.
Atividade 4
a) Marque V ou F.
Em
“Feijoada completa”, Carol cria a seguinte imagem de Pedro:
(
) Um cara simpático até dormindo, está sempre bem-humorado. Quando ela está
aborrecida, ele passa a mão em seus cabelos para reconquistá-la.
(
) Um funcionário competente que às vezes gosta de fazer média com o chefe.
Apesar disso, não consegue se destacar. Ele nunca traz dinheiro para casa.
(
) Um amigo que não hesita em pôr o seu emprego em risco para defender um colega
em apuros. O que pensar de alguém que faz isso, ela se pergunta.
(
) Um sujeito carinhoso, que sempre a tratou bem. Apesar de ter uma ambição
desmedida, não progride e é um songamonga.
(
) Um esposo zeloso, ambicioso, com muitos planos de vida. Ela pensa em viver o
resto de seus dias com ele para juntos realizaram todas as conquistas.
b)
O que o pai de Carol pensa sobre o casamento da filha?
c)
Releia a cena 3 e explique o que Carol quis dizer quando chamou Pedro
de pauvre type.
d) Releia a última cena. Carol volta a se referir a Pedro como pauvre type. Dessa vez, o que mudou?
d) Releia a última cena. Carol volta a se referir a Pedro como pauvre type. Dessa vez, o que mudou?
e)
Carol foi orientada por Milene a não fazer a feijoada e sair de casa. Essa
decisão, se tomada, seria a gota d´água para o fim do relacionamento. Num
primeiro momento foi isso o que Carol fez. No entanto ela se arrependeu e
voltou às pressas para casa. No percurso, ela fez um inventário mental. Qual
foi o resultado desse inventário? A feijoada de Carol ficou mesmo completa?
f)
Identifique semelhanças e/ou diferenças entre a música de Chico e o conto de
Veríssimo.
g)
Existe um livro cujo título é “A solidão da mulher bem casada”. Responda: na
sua opinião, esse poderia ser o caso de Carol? O que afinal a incomodava no
casamento?
h)
Jamais saberemos se a carta foi lida por Pedro. O conto termina deixando no
leitor uma sensação de incerteza e de curiosidade. Mas podemos imaginar algumas
possibilidades. Tente uma delas e crie o seu desfecho.
Recursos Complementares
VERISSIMO,
L.F. Feijoada completa. In: BRESSANE, Ronaldo (Org.) Essa história está
diferente: dez contos para canções de Chico Buarque. São Paulo: Companhia das
Letras, 2010.
HOMEM,
Wagner. Histórias de canções: Chico Buarque. São Paulo: Leya, 2009.
"O
inconformismo social no discurso de Chico Buarque"
Biografia
de Verissimo
Avaliação
Os
alunos deverão ouvir a música Acorda, amor, composta em 1974 por Chico
Buarque, com os pseudônimos Leonel Paiva – Julinho da Adelaide, pois o
nome de Chico já figurava numa espécie de lista maldita da censura. “A canção
descreve uma prisão muito parecida com a de Chico, quando, em dezembro de 1968,
foi surpreendido dentro de casa por agentes da ditadura, que o levaram para
depor.”
Em seguida, deverão responder
às questões abaixo.
a)
Na 1ª estrofe, o eu lírico acorda assustado chamando alguém. A quem ele se
refere com a expressão amor?
b)
Considerando o contexto político, quem era a dura?
c)
No seu desespero, quem ele preferia que estivesse invadindo a casa: a dura ou o
ladrão?
d)
Que outra expressão é usada na segunda estrofe para se referir à dura?
e)
Que recomendações ele faz à amada na 3ª estrofe?
f)
Que versos da 4ª estrofe expressam a sensação de encurralamento vivida pelo eu
lírico?
Nenhum comentário:
Postar um comentário