domingo, 4 de agosto de 2013

Aula de Historia

                             Novos temas no ensino de História: alimentação

Os novos temas no ensino de História, como a alimentação, propiciam a aproximação da História com a realidade social dos alunos, dando maior sentido às aulas.

A temática da alimentação aproxima o ensino de História da realidade social dos estudantes
A história da alimentação pode ser uma rica temática para o ensino de História, ao contrário de alguns conteúdos presentes nos PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais), que distanciam o ensino de História da realidade social e cultural dos estudantes.
A abordagem da temática sobre a alimentação nas aulas de História tem como principal objetivo, segundo Ramos (2009, p. 99), “a grande vantagem de permitir um contato direto com a realidade comum a qualquer educando, independentemente de sua classe social ou condição cultural. Afinal, todos nos alimentamos e levamos à boca mais que sabores, fatias generosas da história daquilo que comemos e bebemos diariamente”.
Com a utilização da temática sobre a alimentação em suas aulas, o professor de História deverá refletir e analisar a realidade dos seus educandos. A partir daí, deverá formular estratégias de ensino com a intenção de chamar a atenção e a curiosidade dos alunos, mostrando a relevância do saber histórico para a compreensão do seu tempo presente.
A temática sobre a alimentação pode aproximar-se de vários conteúdos de História contidos nos PCN’s. Segundo Ramos (2009), abordar o conteúdo de escravidão negra no Brasil, por exemplo, com a finalidade de tornar as aulas e o próprio conteúdo mais significativo, é aproximar o ensino de História da realidade social e cultural dos alunos. Para tanto, o autor propõe o trabalho com a feijoada em sala de aula:
“Quem já não comeu uma bela feijoada? Entretanto, poucos sabem que por trás desse ‘prato típico’ existe toda uma história. Segundo muitos pesquisadores, a origem da feijoada está fixada nas senzalas. O prato teria nascido a partir de restos do porco, não aproveitados pelos senhores de engenho, fornecidos como comida aos escravos. Estes, então, juntavam a carne com o feijão preto, compondo a feijoada. Estudos recentes mostram que, apesar dessa origem humilde, o prato rapidamente conquistou o paladar da elite colonial brasileira. No século XVII, a feijoada já era consumida entre as mais diversas categorias sociais. Continuou, porém, a ser dada aos escravos apesar de ter adquirido status de “iguaria fina”. Na verdade, os escravos, em geral, não eram mal alimentados. Como parte do patrimônio do grande proprietário de terras, os escravos tinham que ser capazes de trabalhar, propiciar lucros e manter seu valor de mercado. E foi por isso que continuaram a consumir feijoada mesmo depois que o prato passou a ser apreciado pela elite” (RAMOS, 2009, p. 99).

 

Culinária brasileira

Objetivo

1) Organizar a Feira Brasileira;
2) Conhecer aspectos históricos e culturais da alimentação no Brasil;
3) Reconhecer os hábitos alimentares como um fator importante da identidade culturaldo nosso povo;
4) Conhecer alguns pratos, utensílios e modos de preparo da cozinha brasileira;
5) Reconhecer a herança de portugueses, índios e negros na cozinha brasileira de hoje.

Ponto de partida:

Leitura dos textos Culinária brasileira e Cozinha afro-brasileira no site Educação.

Comentário:

A alimentação faz parte da alma de um povo, daí a importância de reconhecer ocaráter cultural e histórico dos hábitos alimentares. Esse projeto pode ser realizado por alunos de diferentes séries do ensino fundamental. As atividades, evidentemente, serão diferenciadas para cada faixa etária, mas todos devem estar igualmente envolvidos com o projeto.

Estratégias:

O projeto será montado em três etapas:
1ª) A primeira será uma pesquisa sobre a culinária brasileira, em seu aspecto cotidiano. Partindo da realidade de casa, dos hábitos alimentares dos próprios alunos, realizar um debate sobre o assunto, mostrando que os alimentos trazem marcas culturais. Por exemplo, muitas famílias têm pratos que fazem parte de sua tradição. A alimentação espelha nosso modo de vida. Famílias que vêm de outras regiões ou de outros países trazem na alimentação as marcas de sua origem.
2ª) A segunda etapa será uma pesquisa histórica sobre a alimentação no Brasil. Além dos textos do site Educação indicados acima, podem ser usados trechos da obra "História da Alimentação no Brasil", de Luís da Câmara Cascudo, que fornece uma ampla pesquisa histórica sobre as origens da alimentação no Brasil. Da mistura de três cozinhas, a indígena, a negra e a portuguesa, teve origem a cozinha brasileira.
3ª) A terceira etapa será a montagem de três barracas, cada uma dedicada a uma dessas três cozinhas que formaram a cozinha brasileira: a negra, a indígena e a portuguesa.

Produto final:

Feira Brasileira - a cozinha dos povos que formaram o Brasil. São montadas três barracas, decoradas com motivos indígenas, portugueses e negros. Cada barraca terá um prato típico, exposição de alguns alimentos in natura, utensílios de cozinha e objetos alusivos aos hábitos alimentares. Cada barraca deverá ser decorada com objetos e artefatos ligados a cada uma das três cultura.
Se quiserem, os alunos podem estar caracterizados como portugueses, indígenas ou negros do período colonial. Por exemplo, a barraca indígena poderá tematizar a caça, a fabricação da mandioca, apresentar cestos e utensílios usados na preparação dos alimentos.

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