domingo, 4 de agosto de 2013

Aula de Geografia

Uma lição apetitosa

Geografia
Conteúdos específicos 
Expansão colonial européia, culinária e cultura

Objetivos
Perceber o intercâmbio de espécies vegetais e animais nos domínios portugueses

Ano 
8º e 9º anos
Tempo estimadoDuas aulas de 50 minutos
Introdução 
Yes, nós temos bananas. E também o coqueiro que dá coco, na tautológica lição de Ary Barroso em Aquarela do Brasil. Mas antes não tínhamos: esses frutos aparentemente tão brasileiros foram trazidos para cá nos navios portugueses, nos primeiros séculos da colonização. "A Invenção do Brasil" informa que chegaram à América, trazidos da Europa, Ásia e África, animais de criação, cereais, temperos, legumes e outras frutas tipicamente brasileiras como a manga. Em contrapartida, esses continentes receberam produtos americanos, logo incorporados à culinária local. Graças a esse intercâmbio, os desbravadores de mares nunca dantes navegados revelaram-se excelentes cozinheiros ou melhor, as servas e escravas que trabalhavam sob suas ordens mostraram ser alquimistas capazes de dosar os produtos regionais com os trazidos de ultramar. Por tudo isso, o texto pode ser um ponto de partida muito gostoso para você examinar com seus alunos as influências culturais recíprocas no interior do império português: os domínios do sarapatel, da feijoada e do caruru.

Desenvolvimento
1ª aula
Antes da leitura da reportagem, peça que os estudantes citem algumas frutas tipicamente brasileiras. Entre os itens mencionados por eles, provavelmente estarão bananas, mangas, jacas, cocos, cajus e maracujás. Proponha então o exame do texto: eles verificarão que apenas as duas últimas são nativas do nosso território. As bananeiras vieram da África, as mangueiras e jaqueiras, da Índia, e os coqueiros foram trazidos do litoral do Índico, depois de aclimatados nas ilhas de Cabo Verde. Paralelamente, muitos produtos americanos como milho, mandioca, tomate, tabaco, pimenta vermelha e cacau se difundiram pelo mundo. Encomende a elaboração de um mapa desse intercâmbio entre a América e os demais continentes, assinalando os principais produtos trazidos para cá e aqueles enviados para fora.

Que tal propor um exercício de redação? Destaque no texto a descrição que o cronista Pero de Magalhães Gandavo faz do caju. A seguir divida a classe em três grupos e encarregue cada um deles de escolher em segredo uma fruta e de descrevê-la, como se ela fosse vista pela primeira vez. No final, pela descrição do grupo, os demais alunos devem identificar a fruta selecionada.

Sugira que os alunos comparem, com base nas informações da revista, a destruição ambiental realizada pelos indígenas antes da colonização e pelos descendentes de europeus, desde o século XVI. Faça-os perceber que a exploração do território pelos luso-brasileiros com vistas ao mercado externo intensificou a derrubada da mata no litoral nordestino, substituída pelos canaviais, e aprofundou práticas nocivas já existentes como as queimadas.

2ª aula
Solicite que os jovens leiam o quadro "Brasileira naturalizada" deste plano de aula e executem a atividade nele prevista. Vai ser fácil identificar a origem de alguns ingredientes, como o azeite-de-dendê da cozinha baiana, proveniente da África. Outros vão exigir pesquisas mais aprofundadas. Lembre que o intercâmbio sempre teve mão dupla. Por exemplo, o caruru de Angola, além do quiabo e da abóbora de origem africana, contém tomate e mandioca, vegetais americanos.

Pergunte aos estudantes se algum deles já sentiu dificuldade para se adaptar a determinados pratos ou hábitos alimentares. Com base nas respostas, peça que examinem a seguinte questão: a imposição culinária seria uma forma de dominação? Ela continua existindo? Essa atividade pode ajudá-los a compreender melhor as dificuldades que enfrentaram, no Brasil, os africanos escravizados e os imigrantes europeus e asiáticos.

Leve os alunos a refletir sobre a prática cultural da alimentação. Coloque em discussão os seguintes itens: Quais são as preferências de nosso paladar? Que tabus alimentares temos? Que influências estariam determinando nosso cardápio e os rituais de alimentação? Qual é a origem étnica dos nossos pratos? Que fatores geográficos e culturais determinaram a eleição dos diferentes pratos típicos? Quais são as receitas familiares utilizadas em nossas casas? Até que ponto a indústria e a mídia influenciam nossas escolhas?

Para orientar o debate, conte que, em termos da seleção dos alimentos, do preparo e dos temperos, a culinária nacional soma influências do índio, do português e do negro. No século XIX, quando imigrantes europeus de várias origens começaram a chegar ao Brasil, já existia um paladar bem brasileiro, desenvolvido a partir dessas três contribuições. O tropeiro, ao mesmo tempo comerciante e difusor cultural, teve um papel importante na manifestação desse sabor. Por onde passou com suas tropas de mulas, ele introduziu o gosto pelo feijão, temperado com alho, cebola, toucinho e sal, misturado com farinha de mandioca ou de milho. Assim, além de contribuir para a integração econômica das várias capitanias, o tropeiro representou o elemento unificador da dieta básica do século XVIII. Desse fundamento comum, surgiram as cozinhas regionais. Depois, no século XIX, ocorreram a europeização da culinária, com a vinda da corte lusa para o Brasil, e a difusão de novos hábitos trazidos pelos imigrantes. Hoje, os enlatados e o fast-food refletem a industrialização que muda as técnicas de cultivo, colheita, embalagem, conservação, distribuição e preparo dos alimentos.

Como última atividade, encarregue a turma de elaborar um mapa culinário brasileiro, destacando os principais itens da cozinha de cada região e suas respectivas origens.
Brasileira naturalizada

Examine com seus colegas os ingredientes de uma feijoada bem brasileira. Vocês vão perceber que apenas a farinha de mandioca tem origem local. Depois, façam o mesmo com outros pratos da culinária nacional.
INGREDIENTES DA FEIJOADA
Laranja
Trazida de Portugal, incorporou-se à feijoada brasileira mas está ausente nos outros países que fazem o prato

Arroz
Cereal de origem indiana, foi difundido pelos árabes na Europa durante a Idade Média e chegou ao Brasil no primeiro século da colonização

Couve
Legume vindo de Portugal, está presente em vários pratos nacionais, com destaque para os da cozinha mineira

Carne de porco
Os porcos e outros animais de criação chegaram ao Brasil com os colonizadores. E logo foram incorporados ao cardápio nativo

Carne-seca
Originária do Nordeste brasileiro, era colocada para secar ao sol em grandes postas

Feijão
Trazido pelos lusitanos e popularizado por tropeiros, o feijão temperado com alho, toucinho e sal tornou-se a base da nossa cozinha

Mandioca
A farinha de mandioca chegou a ser chamada de pão da terra e é muito consumida até hoje. Constitui-se na principal contribuição indígena à culinária brasileira

http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/culinaria-cultura-plano-de-aula-486925.shtml

Aula de Língua Portuguesa/ Literatura e História

Musica

Feijoada completa

Mulher, você vai gostar,
Tô levando uns amigos para conversar,
Eles vão com uma fome que nem me contém,
Eles vão com uma sede de anteontem
Saca a cerveja estupidamente gelada para um batalhão,
E vamos botar água no feijão.


Mulher, não vá se afobar,
Não tem que por a mesa, nem dar lugar
Põe os pratos no chão, e o chão tá posto,
E prepare as linguiças pro tira-gosto
Uca, açúcar, a cambuca de gelo e limão,
E vamos botar água no feijão

Mulher, você vai fritar (ah vai) um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja Bahia ou da seleta,
Joga o paio, Carne seca, tocinho no caldeirão,
E vamos botar água no feijão.

Mulher, depois de salgar, presta bem atenção
Passa um bom refogado que é pra engrossar
Aproveita a gordura da frigideira,
É melhor temperar a couve mineira,

E diz que ta dura, pendura, fatura no nosso irmão,
E vamos botar água no feijão.

Mulher, você vai fritar um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja Bahia ou da seleta,
Joga o paio, Carne seca, tocinho no calderão,
E vamos botar água no feijão

Mulher, depois de salgar (Não vai salgar muito)
Passa um bom refogado que é pra engrossar
Aproveita a gordura da frigideira,
É melhor temperar a couve mineira,
E diz que ta dura, pendura, fatura no nosso irmão,
E vamos botar água no feijão.

Não esquece o alho, bastante alho
Pra dar aquele né
Não bota pimenta do reino não
E não esquece a cerveja bem geladinha que é pra descer bonito
Ô amigo, traz uma aí pra gente xará
Pode deixar que eu trago
Fica tranquilo que eu não vou deixar a banana comer o macaco

1ª etapa: breve exposição sobre os  principais fatos políticos relacionados à última Ditadura Militar, concentrando-se no retorno dos exilados políticos.  (Professor de História)
2ª etapa: sessão de imagens. Apresentada  pelo professor de Língua Portuguesa/Literatura.
Veja sugestões de imagens, a seguir.

Imagem 1, encontra-se no site


  
O cartaz acima trata da campanha em prol da anistia aos exilados e presos políticos. Em letras menores, lê-se:
Pela Liberdade Imediata dos Presos Políticos.
Pela Volta de Todos os Exilados.
Pelo Esclarecimento sobre os Mortos e Desaparecidos.

Imagem 2: a imagem encontra-se em


Passeata pelo fim da Ditadura e pela anistia aos exilados políticos 
Professor: acessando o endereço abaixo, você encontrará um texto sobre a Lei da anistia, que poderá lhe ser útil como fonte de informação.


Leonel Brizola, considerado um dos maiores inimigos do governo, acena para a multidão.

3ª etapa: discussão sobre o assunto (Ditadura) e sobre o tema (A volta dos exilados).
Nesse momento, os alunos poderão receber um texto (sugere-se um fichamento) com os tópicos apresentados, para, em seguida, apresentarem suas dúvidas e comentários. 
 4ª etapa: escuta da música “Feijoada completa”, de Chico Buarque, que você pode encontrar no site
Após a escuta, deixe a letra projetada na tela e elabore a atividade abaixo, por escrito.

Atividade 1
a) A conversa mantida pelo marido com a esposa se dá em presença? Comprove sua resposta.
b) Quais são as instruções passadas pelo marido à mulher quanto ao arranjo da festa e ao preparo da feijoada?
c) Considerando o contexto político e a finalidade para a qual a música foi encomendada, explique os versos
·         “eles vão com uma fome que nem me contem
·         eles vão com uma sede de anteontem”

Aulas 3 e 4
Professor: inicie a aula projetando as imagens abaixo. Solicite aos alunos que identifiquem quem é a pessoa caricaturada. Peça também que levantem algumas informações sobre Verissimo, a partir dos índices apresentados. Chame a atenção deles para a leveza nos traços e relacione esse aspecto com a leveza que o autor imprime aos seus textos, característica estilística que ele mantém, mesmo quando aborda questões conflituosas.

Estratégias de leitura
1) Observe que a narrativa foi escrita em 14 pequenas cenas, separadas por um espaço duplo. Elas serão lidas por você e mais 6 alunos-colaboradores. Selecione antecipadamente esses alunos para que façam uma leitura preliminar em casa. Eles deverão também preparar uma questão para a discussão que será empreendida no final da leitura, tendo em vista a compreensão da história.
2) Comece, você, professor, fazendo uma leitura interativa e bem expressiva da primeira cena, carregada pela tensão vivida pela personagem Carol.
3) Vá alternando a leitura das demais cenas entre os alunos até a penúltima.
4) Finalize, lendo a última cena.

Observações
1) Cada leitor lerá duas cenas.
2) Jeanne Moreau (pronuncia-se Jane Morrô) é uma famosa atriz francesa. Pauvre type pronuncia-se “pôvre tipe”.
Terminada a leitura, promova uma interação com os alunos sobre a história. Solicite que seus colaboradores iniciem uma discussão, colocando em pauta as questões que planejaram em casa. 
Sistematize a discussão, aplicando oralmente a atividade abaixo.

Atividade 2
a) Qual é o tema dessa história?
b) O título está adequado? Qual é a importância da feijoada no desenrolar da trama?
c) Quem são os personagens? Qual deles vivencia o conflito amoroso?
d) Em algum momento Pedro se sente um estorvo na vida de Carol?
e) Que função desempenha a personagem Milene? O que ela pensa a respeito de Pedro?
f) Qual é o foco narrativo?
g) Um conto caracteriza-se por apresentar vários clímax. Dê exemplos para essa afirmativa.
h) Carol é uma mulher bem casada?
Terminada a sistematização oral, distribua a atividade abaixo sobre a linguagem do texto, para ser feita por escrito, em dupla.

Atividade 3
1) No texto de Verissimo, narrador e personagens usam apenas o registro coloquial, com fortes marcas da oralidade. Assim, apresente exemplos e dê justificativas para o uso de:
Frases curtas
Formas de tratamento
Uso de palavrões
Gírias
Inobservância da regência verbal

2) Uma característica do português do Brasil é o uso de pronomes oblíquos iniciando orações. Essa peculiaridade tão típica da oralidade pode ser observada em:
a) “-Eu me atrasei um pouco, Pedro. Foi o que deu pra fazer.”
b) “-Me empresta um dinheiro pra comprar cerveja?”
c) “-Você enlouqueceu, mulher!”
 3) Leia o fragmento abaixo e explique a preferência pelo uso do pronome ele na função de objeto direto.
 “Olhando ele tomar café, xícara numa mão e pão na outra, de pé, pronto para sair correndo para o seu amado futebol, ela pensa: é um pobre tipo.” (Cena 3)

 Aulas 5 e 6
Professor: essas aulas estão destinadas à elaboração da atividade abaixo. Você poderá aplicá-la individualmente ou em dupla. Por escrito.

Atividade 4
 a) Marque V  ou  F.
Em “Feijoada completa”, Carol cria a seguinte imagem de Pedro:
(   ) Um cara simpático até dormindo, está sempre bem-humorado. Quando ela está aborrecida, ele passa a mão em seus cabelos para reconquistá-la. 
(   ) Um funcionário competente que às vezes gosta de fazer média com o chefe. Apesar disso, não consegue se destacar. Ele nunca traz dinheiro para casa.
(    ) Um amigo que não hesita em pôr o seu emprego em risco para defender um colega em apuros. O que pensar de alguém que faz isso, ela se pergunta. 
(    ) Um sujeito carinhoso, que sempre a tratou bem. Apesar de ter uma ambição desmedida, não progride e é um songamonga.
(    ) Um esposo zeloso, ambicioso, com muitos planos de vida. Ela pensa em viver o resto de seus dias com ele para juntos realizaram todas as conquistas.

b) O que o pai de Carol pensa sobre o casamento da filha?
c) Releia a cena 3 e explique o que Carol quis dizer quando chamou Pedro de pauvre type.
d) Releia a última cena. Carol volta a se referir a Pedro como pauvre type. Dessa vez, o que mudou?  
e) Carol foi orientada por Milene a não fazer a feijoada e sair de casa. Essa decisão, se tomada, seria a gota d´água para o fim do relacionamento. Num primeiro momento foi isso o que Carol fez. No entanto ela se arrependeu e voltou às pressas para casa. No percurso, ela fez um inventário mental. Qual foi o resultado desse inventário? A feijoada de Carol ficou mesmo completa?
f) Identifique semelhanças e/ou diferenças entre a música de Chico e o conto de Veríssimo.
g) Existe um livro cujo título é “A solidão da mulher bem casada”. Responda: na sua opinião, esse poderia ser o caso de Carol? O que afinal a incomodava no casamento? 
h) Jamais saberemos se a carta foi lida por Pedro. O conto termina deixando no leitor uma sensação de incerteza e de curiosidade. Mas podemos imaginar algumas possibilidades. Tente uma delas e crie o seu desfecho.  

Recursos Complementares
VERISSIMO, L.F. Feijoada completa. In: BRESSANE, Ronaldo (Org.) Essa história está diferente: dez contos para canções de Chico Buarque. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
HOMEM, Wagner. Histórias de canções: Chico Buarque. São Paulo: Leya, 2009.
"O inconformismo social no discurso de Chico Buarque"
Biografia de Verissimo

Avaliação
Os alunos deverão ouvir a música Acorda, amor, composta em 1974 por Chico Buarque,  com os pseudônimos Leonel Paiva – Julinho da Adelaide, pois o nome de Chico já figurava numa espécie de lista maldita da censura. “A canção descreve uma prisão muito parecida com a de Chico, quando, em dezembro de 1968, foi surpreendido dentro de casa por agentes da ditadura, que o levaram para depor.”
A letra e o vídeo estão disponíveis em http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45103/

Em seguida, deverão responder às questões abaixo.
a) Na 1ª estrofe, o eu lírico acorda assustado chamando alguém. A quem ele se refere com a expressão amor?
b) Considerando o contexto político, quem era a dura?
c) No seu desespero, quem ele preferia que estivesse invadindo a casa: a dura ou o ladrão?
d) Que outra expressão é usada na segunda estrofe para se referir à dura?
e) Que recomendações ele faz à amada na 3ª estrofe?
f) Que versos da 4ª estrofe expressam a sensação de encurralamento vivida pelo eu lírico?

Aula de Historia

                             Novos temas no ensino de História: alimentação

Os novos temas no ensino de História, como a alimentação, propiciam a aproximação da História com a realidade social dos alunos, dando maior sentido às aulas.

A temática da alimentação aproxima o ensino de História da realidade social dos estudantes
A história da alimentação pode ser uma rica temática para o ensino de História, ao contrário de alguns conteúdos presentes nos PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais), que distanciam o ensino de História da realidade social e cultural dos estudantes.
A abordagem da temática sobre a alimentação nas aulas de História tem como principal objetivo, segundo Ramos (2009, p. 99), “a grande vantagem de permitir um contato direto com a realidade comum a qualquer educando, independentemente de sua classe social ou condição cultural. Afinal, todos nos alimentamos e levamos à boca mais que sabores, fatias generosas da história daquilo que comemos e bebemos diariamente”.
Com a utilização da temática sobre a alimentação em suas aulas, o professor de História deverá refletir e analisar a realidade dos seus educandos. A partir daí, deverá formular estratégias de ensino com a intenção de chamar a atenção e a curiosidade dos alunos, mostrando a relevância do saber histórico para a compreensão do seu tempo presente.
A temática sobre a alimentação pode aproximar-se de vários conteúdos de História contidos nos PCN’s. Segundo Ramos (2009), abordar o conteúdo de escravidão negra no Brasil, por exemplo, com a finalidade de tornar as aulas e o próprio conteúdo mais significativo, é aproximar o ensino de História da realidade social e cultural dos alunos. Para tanto, o autor propõe o trabalho com a feijoada em sala de aula:
“Quem já não comeu uma bela feijoada? Entretanto, poucos sabem que por trás desse ‘prato típico’ existe toda uma história. Segundo muitos pesquisadores, a origem da feijoada está fixada nas senzalas. O prato teria nascido a partir de restos do porco, não aproveitados pelos senhores de engenho, fornecidos como comida aos escravos. Estes, então, juntavam a carne com o feijão preto, compondo a feijoada. Estudos recentes mostram que, apesar dessa origem humilde, o prato rapidamente conquistou o paladar da elite colonial brasileira. No século XVII, a feijoada já era consumida entre as mais diversas categorias sociais. Continuou, porém, a ser dada aos escravos apesar de ter adquirido status de “iguaria fina”. Na verdade, os escravos, em geral, não eram mal alimentados. Como parte do patrimônio do grande proprietário de terras, os escravos tinham que ser capazes de trabalhar, propiciar lucros e manter seu valor de mercado. E foi por isso que continuaram a consumir feijoada mesmo depois que o prato passou a ser apreciado pela elite” (RAMOS, 2009, p. 99).

 

Culinária brasileira

Objetivo

1) Organizar a Feira Brasileira;
2) Conhecer aspectos históricos e culturais da alimentação no Brasil;
3) Reconhecer os hábitos alimentares como um fator importante da identidade culturaldo nosso povo;
4) Conhecer alguns pratos, utensílios e modos de preparo da cozinha brasileira;
5) Reconhecer a herança de portugueses, índios e negros na cozinha brasileira de hoje.

Ponto de partida:

Leitura dos textos Culinária brasileira e Cozinha afro-brasileira no site Educação.

Comentário:

A alimentação faz parte da alma de um povo, daí a importância de reconhecer ocaráter cultural e histórico dos hábitos alimentares. Esse projeto pode ser realizado por alunos de diferentes séries do ensino fundamental. As atividades, evidentemente, serão diferenciadas para cada faixa etária, mas todos devem estar igualmente envolvidos com o projeto.

Estratégias:

O projeto será montado em três etapas:
1ª) A primeira será uma pesquisa sobre a culinária brasileira, em seu aspecto cotidiano. Partindo da realidade de casa, dos hábitos alimentares dos próprios alunos, realizar um debate sobre o assunto, mostrando que os alimentos trazem marcas culturais. Por exemplo, muitas famílias têm pratos que fazem parte de sua tradição. A alimentação espelha nosso modo de vida. Famílias que vêm de outras regiões ou de outros países trazem na alimentação as marcas de sua origem.
2ª) A segunda etapa será uma pesquisa histórica sobre a alimentação no Brasil. Além dos textos do site Educação indicados acima, podem ser usados trechos da obra "História da Alimentação no Brasil", de Luís da Câmara Cascudo, que fornece uma ampla pesquisa histórica sobre as origens da alimentação no Brasil. Da mistura de três cozinhas, a indígena, a negra e a portuguesa, teve origem a cozinha brasileira.
3ª) A terceira etapa será a montagem de três barracas, cada uma dedicada a uma dessas três cozinhas que formaram a cozinha brasileira: a negra, a indígena e a portuguesa.

Produto final:

Feira Brasileira - a cozinha dos povos que formaram o Brasil. São montadas três barracas, decoradas com motivos indígenas, portugueses e negros. Cada barraca terá um prato típico, exposição de alguns alimentos in natura, utensílios de cozinha e objetos alusivos aos hábitos alimentares. Cada barraca deverá ser decorada com objetos e artefatos ligados a cada uma das três cultura.
Se quiserem, os alunos podem estar caracterizados como portugueses, indígenas ou negros do período colonial. Por exemplo, a barraca indígena poderá tematizar a caça, a fabricação da mandioca, apresentar cestos e utensílios usados na preparação dos alimentos.

Aula de Matemática e Língua Portuguesa Interdisciplinaridade relacionada ao Meio Ambiente e Cidadania.

ELABORANDO RECEITAS INTELIGENTES: APRENDENDO COM A CULINÁRIA ALTERNATIVA .
Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de Ensino                     Componente Curricular                            Tema
EJA- 1º ciclo       Leitura e escrita de texto                                                          Língua Portuguesa         
EJA - 1º ciclo                                                      Medidas                                   Matemática            
EJA - 1º ciclo                         Estudo da Sociedade e da Natureza                 O Homem e meio ambiente
Ensino Fundamental Inicial                            Alfabetização                             Gêneros de texto
Ensino Fundamental Inicial                            Matemática                                Grandezas e medidas
Ensino Fundamental Inicial                           Língua Portuguesa                       Língua escrita:
                                                                                                                      prática de produção de textos

Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
·         -Diferenciar a receita culinária de outros gêneros textuais;
·         -Reconhecer a importância dos ingredientes alternativos como uma forma inteligente de alimentação;
·         -Reconhecer a importância da utilização integral do alimento;
·         -Identificar as quantidades utilizadas nas receitas e qual medida foi utilizada;
·         -Elaborar um texto a partir de uma receita experimentada;
·         -Utilizar corretamente a pontuação.

Duração das atividades
Aproximadamente 360 minutos – seis (6) atividades de 60 minutos cada uma
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
-Professor é importante que seus alunos estejam no nível alfabético da escrita, porém mesmo as turmas que tenham alunos que ainda não estruturam pequenos textos poderão propor esta atividade, pois a produção de texto a partir de um contexto significativo  possibilita ao aluno avançar em suas hipóteses e assim  contribuir com o processo de ensino e aprendizagem. Mas, nestes casos, você poderá ser o escriba, para que ele possa confrontar as hipóteses que tem, com a forma correta da escrita da palavra .Para este trabalho, resgate os conhecimentos prévios que eles apresentam sobre receitas culinárias e outros gêneros textuais (texto jornalístico, narrativos e outros)
Estratégias e recursos da aula
Professor nossa aula está estruturada em três momentos, porém a forma como você vai conduzi-las e a interação dos alunos nas atividades, é que determinarão a duração de cada momento e os desdobramentos que poderão ocorrer. Veja como a aula está organizada:
 Aula interativa;
·         Um bolo ou outro prato feito a partir de ingredientes alternativos (cascas, sementes, talos ou outros);
·         -Dinâmica de sensibilização: que delícia!
·         -Cartaz ou folha com a receita do bolo de casca de banana;
·         -Pesquisa sobre receitas alternativas;
·         - Produção de texto oral e escrita;
·         -Desenho ilustrativo;
·         Almoço de alunos, pais e profissionais da escola com os pratos produzidos pelos alunos.  
1º momento- Aproximadamente – 120 minutos – Duas (2) aulas de 60 minutos cada  uma.
A receita culinária é um gênero textual do tipo instrucional que tem como objetivo orientar o usuário, por meio de instruções para que ele seja capaz de preparar um alimento.
-Professor esta atividade pretende além de trabalhar com receitas, despertar nos alunos o interesse por uma alimentação saudável, para isso vamos apresentar receitas fáceis, nutritivas e de baixo custo preparando os alimentos de forma inteligente e sem desperdício.

SENSIBILIZAÇÃO: QUE DELÍCIA!
-Professor para despertar o interesse dos alunos que tal fazer uma receita alternativa e saborosa e levar pra turma experimentar, mas não diga do que foi feito, deixe-os saboreá-la e espere para ver se eles descobrem.
-Faça uma surpresa! Leve um bolo de casca de banana e sirva na hora do lanche, depois que eles degustarem questione-os sobre os ingredientes:
-Do que vocês acham que foi feito este bolo?
-Qual seria o principal ingrediente? -Vocês comem a casca dos alimentos? Por quê?
-Lembrem-se, para que possamos aproveitar as cascas elas devem estar bem limpas e saudáveis, ou seja, sem pontos estragados.
-Leve para sala um cartaz com a receita do bolo que você preparou, ou reproduza a receita para que eles colem no caderno. É importante sistematizar a atividade com a escrita da receita.

Você encontrará vaias receitas.
A culinária brasileira é feita de vários pratos deliciosos. Vamos fazer uma Feijoada vegetariana. Nesse prato típico temos muitas alternativas.

FEIJOADA VEGETARIANA
INGREDIENTES
1 litro de água
50g Proteína Texturizada de soja em pedaços
200g de Feijão Azuki
1 talo de Aipo picados
20g de coentro picados
50g de Cenoura picada
50g de Mandioquinha picada
50g de Inhame picado
Sal a gosto
100g de Ricota Defumada em cubos
1 Folha de louro
Tomilho desfolhado a gosto
200g de Cebola Picada
5 Dentes de Alho picados
1 Alho poro pequeno picado
1 pimenta dedo de moça média picada
Meio maço de cheiro verde picados
50 ml de molho de soja
10 ml Azeite

MODO DE PREPARO
Em uma panela de pressão refogue metade da cebola e do alho em um fio de azeite, Adicione o feijão,tomilho e louro.Feche a panela e deixe ferver por 15 minutos.
Hidratar a soja em água quente com molho de soja e depois fatiá-las.
Faça um refogado com o alho, aipo,cenoura,mandioquinha,soja,inhame e a pimenta picados.
Retirar a pressão da panela e acrescentar o regofado,e com uma concha do caldo do feijão deglaçar a panela do refogado para terminar de retirar o suco.Deixe cozinhar até que fique macio e achocolatado.
Finalizar com cheiro verde e coentro picado.
A pimenta e opcional.dá um toque especial pra quem gosta.
Para quem acha que vai faltar carne se engana,porque a soja dá uma textura de carne e a ricota com gosto de lombo defumado é impressionante.Imperdível

EXPLORANDO A RECEITA – (LÍNGUA PORTUGUESA):   
1.      -Leia a receita da Feijoada vegetariana e responda as questões a seguir:
2.      - Este é um texto científico ou instrucional? Por quê?
3.      -Ele é escrito como um texto de jornal? Como uma história?
4.      -Qual é a diferença deste texto (receita) com os outros que você conhece?
5.      -Para utilizarmos as cascas de banana o que devemos fazer antes?
6.      -Qual é a parte do texto que explica como fazer a feijoada?
7.      -Qual é sua opinião sobre esta receita?   
8.      Qual a pontuação utilizada no texto para separar os nomes dos ingredientes?

VERIFICANDO AS MEDIDAS: (MATEMÁTICA)
1.      -Quais ingredientes são medidos em xícaras?
2.      Quais ingredientes são medidos em colheres?
3.      Se juntarmos todas as medidas dos ingredientes quantos usaremos no feijão?
4.      Qual é o total do peso da feijoada? 

PESQUISANDO:
-Professor solicite que seus alunos pesquisem em casa; com os pais, parentes, vizinhos, sites, em cadernos ou livros de receitas e tragam por escrito,  receitas alternativas feitas com cascas, sementes, talos ou outros. Não precisa ser de doce, podem ser pratos salgados, doces, bolos, sucos ou outros.   
2º momento- Aproximadamente – 120 minutos – Duas (2) aulas de 60 minutos cada  uma. -
-Professor solicite que os alunos leiam as receitas que trouxeram. Escolham uma receita que apresenta diferentes formas de medir os ingredientes, tais como: litro, kg, dúzia, xícara ou outros.
-Questione-os sobre estas diferenças e a importância em conhecermos estas medidas, pois elas são determinantes na elaboração do prato.
-Discuta com eles sobre a importância em aproveitarmos os alimentos, de evitarmos o desperdício. As cascas que muitas vezes são desprezadas são importantes fontes de vitaminas.
-Professor que tal sugerir que elaborem o caderno de “receitas: culinária ”, este seria um excelente presente para as mães, pois além de ser confeccionado pelo aluno ainda será muito útil.
-Os alunos da EJA, poderão confeccionar para eles/as ou para suas mães, esposas/os ou irmãs.
-Solicite que façam uma ilustração relativa à receita.

-CRIANDO O CADERNO: CULINÁRIA ALTERNATIVA
 (um portador de texto) 
-Você poderá utilizar a reprodução com a própria letra do aluno ou digitar. Para facilitar, poderá reduzir o tamanho dos textos (receitas), assim a reprodução não ficará cara, veja um exemplo.  
Professor combine com seus alunos um almoço na escola para todos os alunos e seus pais, além de divulgar a atividade e trabalhar a função social da escrita ela também é um importante espaço para integração entre a escola e a família.   
3º Momento – Aproximadamente – 120 minutos – Duas (2) aulas de 60 minutos cada  uma.

PREPARANDO O ALMOÇO
Para realização é importante fazer o planejamento.       
Objetivo do almoço:
 Divulgar para as famílias dos alunos que é possível criar receitas com preços baixos, saudáveis e alternativas.

PLANEJAMENTO DO ALMOÇO.  
 Dia e horário: (a definir)
 Local da realização da refeição (cantina da escola)
 Material necessário para servir o almoço: (mesas, forros de mesa, pratos, talheres, guardanapos, tocas de não tecido, aventais e outros)
Elaborar convite para as famílias (cada aluno elabora o seu ou escolhem um modelo e padronizam ou então fazem um coletivamente)
Solicitar permissão da direção da escola para a realização do evento (elaborar coletivamente uma solicitação por escrita).

Obs:  No caso das crianças deverão fazer os pratos com a ajuda de um adulto, mas precisam participar de todo o processo para que possam explicar como foi elaborado o prato e seus ingredientes.
Avaliação do evento deverá ser realizada logo após a sua realização.

Recursos Complementares
Existem vários sítios que trazem receitas alternativas, apresentamos alguns que você poderá pesquisar: 



Avaliação
·         -Professor verifique se seus alunos conseguiram diferenciar a receita culinária de outros gêneros textuais, para isso fique atento às respostas.
·         -Na escrita da receita, observe se eles utilizam a pontuação corretamente.
·         -Ao trazerem as receitas para sala discuta com eles sobre a importância dos ingredientes alternativos como uma forma inteligente de alimentação, assim você saberá se perceberam esta importância;
·         -Verifique as respostas dos alunos às questões de Matemática e observe se compreenderam as diferentes medidas que são utilizadas em uma receita e a partir desta atividade explore melhor o sistema de medidas; 

Autor e Coautor(es)
UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA
Coautor(es): Ana Maria Ferola da Silva Nunes, Eliana Aparecida Carleto, Luciana Soares Muniz, Mariane Ellen da Silva